No próximo dia 29 de novembro, a ONG Universidade Livre do Esporte (ULE), vai participar…
Inclusão Social e Escolar
Segundo dados do IBGE, 2,6 milhões de brasileiros possuem deficiência intelectual, quase metade deles (49%) são analfabetos e 85% estão fora do mercado de trabalho. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que há 70 milhões de pessoas com autismo em todo o mundo, sendo 2 milhões somente no Brasil. Estima-se que uma em cada 88 crianças apresenta traços de autismo, com prevalência cinco vezes maior em meninos.
No entanto, poucos sabem que em torno de 2% dos autistas podem também ter uma condição genética hereditária, pouco conhecida, chamada de Síndrome do X Frágil (SXF), e que 60% dos acometidos pela Síndrome podem ter autismo associado.
A SXF compromete o desenvolvimento intelectual, e seu diagnóstico ainda não é de fácil acesso. “Apesar de pouco conhecida e difundida, é a causa hereditária mais comum de deficiência intelectual. Infelizmente, mesmo sendo de incidência tão comum, a obtenção do diagnóstico é difícil pois, muitas vezes, é desconhecida até mesmo por profissionais das áreas de saúde e de educação”, alerta Luz María Romero, gestora do Instituto Buko Kaesemodel. “Um dos principais motivos para a demora de um diagnóstico clínico mais preciso são as semelhanças com os sintomas e sinais da condição do espectro do autismo”, explica.
“Um dos grandes desafios que encontramos é a inclusão social e escolar”, explica Sabrina Muggiati, mãe e idealizadora do Programa Eu Digo X. “O desafio é tanto dos pais quanto dos professores. Mesmo previsto em lei, conseguir uma vaga, chega a ser tão difícil quanto ensinar o alfabeto para as crianças, principalmente porque os educadores precisam estar aptos para atender às necessidades do aprendizado e das crianças que requerem uma atenção especial”, reforça.
Fato é, que mesmo sendo de direito a inclusão das crianças com deficiência intelectual, assim como os portadores da Síndrome do X Frágil, ainda existe muito preconceito na sociedade. “O preconceito nada mais é do que um mecanismo de negação social. Cada pessoa é única, dentro do seu corpo e das suas limitações. A nossa sociedade ainda demanda de estereótipos perfeitos, de pessoas fortes, corpos e mentes saudáveis, pois é o que acreditam ser eficiente para o mercado de trabalho. Aqueles que não seguem esse padrão, ameaçam o estereótipo, passando a percepção errônea de fragilidade”, ressalta Sabrina.
O preconceito precisa ser trabalhado dentro e fora de casa. A falta de informação leva ao preconceito e à discriminação. “Precisamos falar mais sobre o assunto. Capacitar os familiares, professores e sociedade para saberem lidar com a deficiência intelectual e principalmente aceitar alguém que não é igual a você! Precisamos ensinar e batalhar por empatia”, finaliza Sabrina.