GENÉTICA
A Síndrome do X Frágil tem origem genética e é hereditária. É causada por mutações no gene FMR1 (fragile x messenger ribonucleoprotein 1). Este gene é responsável pela produção da proteína Fragile X Mental Retardation (FMRP), que ajuda a regular a produção de outras proteínas que afetam o desenvolvimento de conexões importantes do sistema nervoso.

Estudando os cromossomos de casos de Síndrome do X Frágil, pode- se observar uma falha na porção subterminal do braço longo do cromossomo X, chamada de sítio frágil. Por esta razão, esta condição recebe o nome de SÍNDROME DO X FRÁGIL.

O mecanismo que origina a mutação presente na Síndrome do X Frágil é o aumento de cópias de Citosina-Guanina-Guanina (CGG), ou seja, a quantidade de DNA está aumentada no local do gene FMR1.
Em pessoas que não apresentam a SXF, o número de repetições de CGG varia de 6 a 39. Já nas pessoas afetadas pela Síndrome, o segmento CGG se repete mais de 200 vezes. Isto provoca o “desligamento” do gene FMR1, o que impede a produção da proteína FMRP. A perda desta proteína interfere nas funções do sistema nervoso e origina as características da Síndrome do X Frágil.

Homens e mulheres com repetições do segmento de CGG entre 55 e 200 são portadores da SXF, e são chamados de pré-mutados. Nesta fase, o gene alterado está ativo e estas pessoas, em geral, não apresentam sintomas. À medida que vai sendo transmitida, a pré-mutação tende a passar para a mutação completa e, nesta etapa, o gene deixa de funcionar.
Se a pessoa for do sexo masculino, terá a Síndrome do X Frágil. Se for do sexo feminino, ela poderá ou não ser afetada, pois além do cromossomo X com a mutação completa, ela tem no outro cromossomo X o gene FMR1 sadio. Isto pode, ou não, ser suficiente para que não ocorram sintomas da síndrome. Nas meninas, portanto, a SXF é menos grave do que nos meninos, ou talvez nem se manifeste.
TRANSMISSÃO
(por Martha Carvalho)
As mulheres portadoras da pré-mutação em um de seus cromossomos X podem transmitir o gene FMR1 normal ou alterado, com igual probabilidade, para seus filhos e filhas. O gene alterado pode ser transmitido como pré-mutação ou passar para mutação completa. Assim, tanto as filhas como os filhos de mulheres portadoras de pré-mutação têm 50% de chance de receber o cromossomo X cujo gene FMR1 é normal. Mas, se herdarem o cromossomo X cujo gene FMR1 é alterado, poderão ter a pré-mutação ou a mutação completa.
As mulheres que apresentam mutação completa em um de seus cromossomos X têm 50% de probabilidade de transmitir essa mutação completa ou o cromossomo X com o gene FMR1 normal para os filhos e filhas. Se herdarem a mutação completa, eles e elas poderão ser afetados pela Síndrome do X Frágil.
Os homens portadores da pré-mutação transmitirão o gene alterado para todas as filhas e elas também terão a pré-mutação. Transmitida de pai para filha, a pré-mutação não se transforma em mutação completa (Oberlé et al., 1991: Yu et al., 1991). Portanto, as filhas dos homens portadores da pré-mutação não são afetadas pela Síndrome do X Frágil.
Os homens afetados pela SXF, portanto com a mutação completa, transmitirão o gene alterado para todas as filhas. Porém, de modo diferente do esperado, o cromossomo X do pai afetado irá para as filhas apenas com a pré-mutação e não com a mutação completa (Willems et al., 1992). De algum modo, a mutação completa regride para pré-mutação e os espermatozóides dos indivíduos afetados têm apenas a pré-mutação (Reyniers et al., 1993).
CARVALHO, M. Síndrome do X Frágil – Guia para famílias e profissionais. Ed. Sociedade Brasileira de Genética, 2004 . (Pág. 11 e 12)
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